A interrupção voluntária da gravidez para favorecer o nascimento de filhos homens desequilibraram a balança da relação natural entre os gêneros. As consequências das políticas sociais praticadas em alguns países. Abortos seletivos impediram o nascimento de 23 milhões de mulheres desde os anos 70. China e Índia são os principais responsáveis pelo desequilíbrio demográfico.
Por: Equipe Oásis
Em algumas sociedades o nascimento de um filho homem é considerado preferível ao de uma menina, e esses preconceitos, junto à adoção de linhas específicas de política social, fizeram crescer o número de famílias que preferem abortar fetos femininos, na esperança de conceber pelo menos um menino.
Preocupados com o fenômeno – na China, por exemplo, o excesso de homens na população faz com que muitos deles não consigam encontrar uma esposa para constituir uma família – um grupo de pesquisadores da National University of Singapore passou um pente fino nos registros de nascimentos e os dados demográficos de 202 países, 12 dos quais conhecidos por ter passado por uma fase de forte pressão social sobre as famílias a favor dos filhos homens.
Em 2005, ano em que a relação neonatos/neonatas ficou mais desequilibrada, para cada 100 meninas nascidas nasceram 118 meninos. Na China, o impacto dessa escolha pode ser observado agora, quando os rapazes dessa geração chegam à idade reprodutiva: apesar de a política do filho único ter sido oficialmente abolida em 2013, a população tem dificuldade para crescer por causa da carência de mulheres aptas a engravidar e parir. De 1970 a 2017, as “moças faltantes”, pelo simples fato de que nunca nasceram, foram 11,9 milhões na China e 10,6 milhões na Índia.