Fonte: http://www.forbes.com.br/
Ioga e meditação fazem bem ao corpo físico, à psique e à mente. São constatações bem comprovadas e que fazem sentido também do ponto de vista intuitivo. Mas poderão ser verdadeiras as informações de que essas práticas são ainda mais positivas para a nossa saúde do que umas boas semanas de férias? A resposta parece ser sim: Não se pode negar que um período de descanso e de relaxamento podem ser benéficos, mas estudos realizados sugerem que esses efeitos positivos das férias são temporários e tendem a se perder ao longo das semanas que sucedem o retorno às atividades normais.
Recentes pesquisas que acabam de ser publicadas comparam os efeitos, em termos de incremento da saúde física e mental, de um período de retiro num centro de prática da ioga e da meditação mindfullness com os de um período de férias normais. A pesquisa foi conduzida por uma equipe do Icahn Institute de Mount Sinai, na Califórnia, no sul desse Estado, a partir de uma amostragem de 91 mulheres voluntárias, todas elas sem problemas e saúde, sem estar grávidas e sem tomar hormônios ou antidepressivos. Essas mulheres foram divididas em dois grupos: O primeiro deles se submeteu, durante uma semana, a uma rotina diária de 2 horas de meditação, 1 horas e meia de exercícios de ioga, e sessões de exercícios de auto-reflexão. O outro grupo simplesmente “saiu de férias” também por uma semana completa, e suas integrantes escutaram leituras de textos ligados à saúde, e se submeteram a várias atividades de diversão ao longo desse tempo.
A surpresa veio depois
Os dois grupos mostraram, estatisticamente, melhoras significativas em quesitos como estresse e depressão, levando os pesquisadores, inicialmente, a supor que os resultados proporcionados por férias normais são tão bons quanto os da prática da meditação e da ioga.
A surpresa veio com uma constatação posterior: Após dez meses da experiência, o grupo das meditadoras ainda mostravam melhorias significativas naqueles mesmos quesitos, enquanto que nas mulheres que tiraram férias normais esses benefícios tinham quase completamente desaparecido. Como os grupos eram bastante homogêneos em termos de média de idade, nível de educação, status de emprego e índice de massa corpórea, conclui-se que as férias trazem benefícios, mas eles são temporários, enquanto o mindfulness gera efeitos no longo prazo.
Os pesquisadores também coletaram amostras de sangue antes e logo depois do período de estudo. Todos os três grupos mostraram mudanças positivas significativas nos marcadores da função imunológica. Entretanto, aquelas participantes que meditam regularmente registraram alterações ainda mais interessantes.
Pesquisa será ampliada
Eric Schadt, Ph.D, diretor do Icahn Institute at Mount Sinai e especialista na área, comentou os resultados da pesquisa e afirmou: “Meditadoras regulares mostraram os mesmos tipos de melhorias no nível molecular que as outras, mas, além disso, mostraram mudanças associadas a alguns processos de envelhecimento/doenças. Eu acredito que existe alguma sugestão, neste caso, de um envelhecimento saudável, o que significa que este estudo deve incentivar pesquisas posteriores nesta direção.”
Schadt explica que outros fatores que frequentemente caminham lado a lado com a meditação – como exercícios, dietas e até mesmo a exposição a incensos – poderiam ajudar a explicar essa melhora.
Como a parte do estudo que abordou as férias incluiu apenas mulheres, será necessário conduzir outras pesquisas. Mas a evidência de que o mindfulness pode provocar efeitos psicológicos positivos no longo prazo, especialmente para iniciantes, é convincente. Além disso, meditação e ioga podem melhorar a imunologia e práticas regulares parecem promover efeitos genéticos mais complexos relacionados a um envelhecimento saudável.