A Agência Espacial norte-americana (NASA) acaba de receber um mandato peremptório: “Levem seres humanos para Marte até 2030”. Esta é a primeira parte de um serviço sobre o projeto para a colonização do Planeta Vermelho pelos seres humanos. A segunda parte será publicada amanhã.
Por: Dom Galeon e Jolene Creighton
Fonte: Site https://futurism.com
Ambas as câmaras do Congresso norte-americano acabaram de aprovar a Lei de Autorização da NASA de 2017. Com ela, a agência espacial conseguiu muito mais do que apenas 19,5 bilhões de dólares em financiamento. Ela também recebeu um mandato muito claro: levar a humanidade a Marte.
Para falar claro, a questão da viagem tripulada a Marte está em pauta já há algum tempo. A Lei 2017, no entanto, coloca uma forte ênfase sobre este objetivo: ele se torna a partir de agora o ponto focal dos planos de longo prazo da NASA. No documento, o Congresso afirma que a agência espacial deve fazer com que os seres humanos “fiquem perto ou na superfície de Marte já nos anos 2030”. Não se espera que a oposição democrata num Congresso de maioria republicana seja contrária a esse projeto de lei, por isso é mais do que provável que ele seja passado a lei com uma canetada final da presidência da República.
Será assim tão importante que o homem vá colonizar Marte, quando há tantos problemas a serem resolvidos aqui na Terra? Segundo especialistas, a resposta é sim. “Existe um forte argumento humanitário para tornar a vida humana um fenômeno de âmbito multiplanetário: A salvaguarda da própria espécie humana”, argumenta o multimilionário Elon Musk, um dos principais defensores e financiadores privados do projeto.
Antes, definir as ações necessárias
Para chegar a Marte nos anos 2030, o Congresso pede à NASA que desenvolva um “roteiro inicial de exploração pelos humanos” que deve ser enviado àquela casa antes de 1º de dezembro de 2017. O projeto esboça a necessidade deste roteiro, afirmando neste parágrafo de tirar o fôlego: “É convicção da maior parte dos membros do Congresso que expandir a presença humana para além da órbita terrestre baixa e avançar para que tenhamos missões humanas a Marte nos anos 2030 requer um planejamento estratégico antecipado e decisões firmes e concretas a serem tomadas a curto prazo a respeito das modalidades de ações necessárias para cumprirmos o compromisso de alcançar nossas metas e objetivos de curto e longo prazo”.
Para tal fim, a Lei de 2017 afirma: “Um roteiro de exploração humana deve começar em órbita terrestre baixa. Em seguida, deve seguir para o espaço ao redor da Lua. Na terceira fase chegaremos às missões destinadas a levar o homem para uma órbita marciana, até chegarmos ao objetivo maior, a descida no solo de Marte”.
Ao falar dos estágios planejados, a NASA já apresenta um esboço básico: “A exploração humana de Marte cruza três limiares, cada um deles comportando desafios crescentes à medida que os seres humanos se deslocam cada vez mais distante da Terra. São eles: Limiar Terra Reliant (de agora até a metade dos anos 2020; Terra Proving (2018 -2030); e Terra Independent (de agora até 2030 e além). ” Você pode ver um esquema completo de cada uma dessas etapas neste link e um detalhamento muito básico dos estágios no infográfico produzido pela NASA que reproduzimos abaixo, cujas legendas estão em inglês:
Assim que completar o planejamento dessas fases, o que deve ocorrer em breve, a NASA será certamente capaz de fornecer ao Congresso o roteiro que ele está pedindo. Através deste novo Ato de Autorização da NASA, o Congresso afirma que “Marte é o objetivo apropriado de longo prazo para o programa de voo espacial humano”, e é provável que a Lua será uma parada em 2020, se os planos da atual administração avançarem no ritmo previsto.
As missões da NASA a Marte
Recentemente, grande parte das notícias sobre missões a Marte envolveu empresas espaciais privadas, especialmente a SpaceX e agências espaciais estrangeiras – incluindo a da China e a dos Emirados Árabes Unidos. De acordo com o diretor geral da SpaceX, Elon Musk, a empresa vai criar um assentamento permanente no solo marciano. Para esse fim, o plano de Musk inclui o lançamento da espaçonave “Red Dragon” sem tripulação até 2018. A seguir, até 2022, será enviado um foguete novo e reutilizável (que será alimentado pelo recém-testado foguete Raptor). Se tudo der certo – e Musk fala cheio de esperança – o desembarque acontecerá já em 2025.
No entanto, muitos detalhes ainda precisam ser aprofundados. Independentemente disso, Musk deixou claro que ele acha que tal projeto de colonização acabará por salvar a raça humana. E como revelam as novas diretrizes emanadas pelo Congresso, o governo dos EUA concorda e apoia.
Veja os planos do SpaceX neste vídeo:
Vídeo: SpaceX Interplanetary Transport System – Part One
A agência espacial na verdade está em viagem para Marte há muito tempo. A agência já tem uma série de rovers atualmente em Marte. Um deles, o rover Curiosity, tem feito muito progresso para nos ajudar a entender melhor o quanto de água com toda a probabilidade existe em Marte. Um outro rover está planejado para 2020. Este último, o Mars 2020 rover, irá reunir e estudar dados sobre a disponibilidade de recursos, como o oxigênio, em Marte. Nesse sentido, o envio de rovers é um dos primeiros passos para se levar as pessoas a Marte. Em última análise, conseguir levar seres humanos para Marte não é nenhuma obsessão vazia. Segundo os especialistas envolvidos, trata-se de um empreendimento que vale a pena e que tem potencial para inspirar gerações de pessoas, da mesma maneira que as missões Apollo (e o pouso na Lua) fez. Para muitos, chegar a Marte seria o ponto mais alto da exploração humana que jamais testemunhariam. Pense em como a nave New Horizon chegou a Plutão, e agora multiplique isso por cerca de 100.
Neste momento, as missões dos Mars rovers estão acelerando exponencialmente a inovação e a pesquisa. Então pense em todas as coisas que nós poderíamos aprender quando estivermos realmente lá. É uma nova era que se abre em direção à fronteira final: o planeta Marte.