Rose, talvez sem o saber, era uma grande mestra de sabedoria. Eu a conheci em 1973, na fronteira da Índia com o Nepal. E com ela visitei a Kathmandu daquela época, uma das cidades mais charmosas e misteriosas do mundo. Os ensinamentos que Rose me proporcionou influem na minha vida até os dias de hoje. E confesso meu sonho secreto, que se torna mais forte a cada dia: fazer a pé o que ela fez de carona ou em bicicleta: dar a volta ao mundo. O texto que escrevi sobre Rose é um tanto longo. Mas vale a pena ir até o fim dele, garanto.
Por Luis Pellegrini
Rose era inglesa. Tinha 74 anos completos quando a conheci. Estava logo à minha frente, na fila de passageiros que cruzavam a fronteira terrestre entre a Índia e o Nepal, rumo à cidade de Kathmandu. Era uma madrugada de verão, no início da década de 70.
Estávamos ainda nos ingênuos anos hippies da paz e do amor, embora na Europa e na América já se anunciasse um novo ciclo, o dos yuppies, com seus paletós e gravatas de grife, retornados à religião do dinheiro e do status social.
Mas nos países do Oriente havia ainda um turismo muito particular, feito principalmente de rapazes e moças de cabelos longos, roupas de estilo cigano e ar ingênuo estampado nas caras.
A Índia, principalmente, era o alvo de uma exótica classe de viajantes formada por espiritualistas de todas as linhas e aventureiros de todos os tipos, filhos e netos da Era de Aquário. Toda essa fauna exuberante e descompromissada circulava pelos lugares sagrados da Índia e dos Himalaias, repartindo entre si suas pequenas posses.
Esses andarilhos se declaravam buscadores de alguma coisa que quase ninguém sabia definir com clareza. Algo que, supunha-se, podia ser encontrado sobre o solo indiano. Falava-se ainda pouco da busca do self que hoje, mais de trinta anos passados, faz parte das conversas do dia-a-dia de qualquer pessoa não completamente narcotizada pela cultura do progresso e do consumo. Naqueles tempos tudo ainda era vago e impreciso. Buscava-se apenas, talvez movidos por alguma pulsão inconsciente que, exatamente por ser inconsciente, manifestava-se com extraordinário vigor.
Rose, como logo percebi, não buscava nada. Apenas vivia cada momento com grande intensidade.
A fila em que nos conhecemos, da qual fazia parte também o fotógrafo Lamberto Scipioni carregado com suas sacolas e maletas de equipamento fotográfico, era a do posto nepalês de fronteira, na localidade de Birganj. Nossos passaportes seriam ali examinados e carimbados.
O posto era pouco mais que um casebre com chão de terra batida, sem luz elétrica e quase sem mobiliário. Um lampião de querosene iluminava a mesa do jovem policial que verificava os documentos. Vínhamos quase todos da cidadezinha indiana de Raxaul, do outro lado da fronteira, o ponto final da ferrovia que, desde Benares, nos trouxera numa viagem de quase 48 horas. Em Birganj, após os trâmites de entrada, subiríamos num ônibus tipo jardineira que nos levaria a Kathmandu.
Rose era pequena e magra, e seus cabelos grisalhos cortados muito curtos davam-lhe um ar de moleque. Vestia calças compridas, camisa indiana e sandálias de couro trançado. Sua única bagagem era uma maleta revestida com tecido xadrez vermelho e preto. Reconheci naquela maleta uma outra quase igual que possuí quando menino, no Brasil. Era feita sob medida para alojar ferramentas e peças de bicicleta, e costumava ficar fixada na parte traseira, logo atrás do selim. Realmente, ao examinar melhor, vi que a maleta de Rose trazia ainda, presa por dois ganchos em sua parte inferior, uma bomba manual para encher pneus de bicicleta.
“Não posso permitir sua entrada no Nepal, madame. Seu passaporte não tem visto de entrada”, disse o policial a Rose após folhear com cuidado o documento. Rose virou-se para mim e falou: “Você ouviu? Ele disse que não vai me deixar entrar.” Em seguida, ela fitou demoradamente o funcionário nos olhos e falou com voz pausada, mas firme e quase autoritária: “Quer dizer que o senhor acha que vai impedir minha entrada em seu país? Meu amigo, se existe uma coisa que eu detesto são funcionários públicos mal treinados para exercer suas funções. O senhor por acaso viu o símbolo que existe na contracapa do meu passaporte?” O nepalês examinou a contracapa e encontrou, como em todo e qualquer passaporte inglês, o símbolo da coroa real britânica. Rose disparou: “Não reconhece a imagem da coroa britânica? Sou enviada especial da rainha Elizabeth II e trago uma mensagem dela para Sua Majestade Birendra Bir, o rei do Nepal.” Sem esperar resposta do pobre e atônito policial, pôs-se a reproduzir, em tom de discurso solene e inflamado, a “mensagem” de Elizabeth a seu colega Birendra Bir. O conteúdo era longo, descrevia vários lances históricos das relações entre Inglaterra e Nepal, e analisava os “vínculos mágicos e sagrados que uniam, desde tempos imemoriais, as duas coroas, a britânica e a nepalesa”. A fila de viajantes crescia enquanto isso, e um clima de visível agitação começou a tomar conta do ambiente. Preocupado, o policial carimbou o passaporte de Rose, deixando-a entrar. Quem resistiria a uma cena daquelas?
Sentei-me ao lado de Rose no ônibus, durante a viagem a Kathmandu. Apresentamo-nos e ela, de tanto em tanto, batia as mãos nas próprias coxas e dava gargalhadas ao se lembrar da história toda com o policial de fronteira.
Puxei conversa, e disso nasceu uma amizade que durou três semanas, nosso tempo de permanência na capital nepalesa. Rose contou que dez anos antes, ao completar 64 anos, começara um ciclo de viagens que já a levara aos cinco continentes. “Eu me aposentei aos 62, como capitã-enfermeira do Exército Britânico. Trabalhei durante toda a Segunda Guerra em vários hospitais de campanha cuidando de soldados feridos e completei minha carreira em hospitais militares da Inglaterra. Dois anos depois da aposentadoria, meus filhos estavam todos casados e eu já era avó de vários netos. Passava meus dias inventando versões novas dos quatro ou cinco pratos que sabia cozinhar. Certa manhã, cheguei diante do meu marido, aposentado como eu, e perguntei: ‘Meu bem, você pretende passar o resto da vida sentado nessa poltrona lendo jornal, tomando chá e vendo televisão?’ Ele respondeu que não conseguia imaginar vida melhor. ‘Pois eu preferia estar no campo de batalha, sob as bombas dos alemães’, retruquei. Dias depois, saí de casa dizendo que ia visitar umas amigas de infância no interior da Inglaterra. Só voltei para casa três meses depois. Meu marido já se acostumara com a minha ausência, e eu estava irremediavelmente tomada pela paixão das viagens.”
Desde então Rose não mais parou. Inventara um sistema engenhoso para receber, todos os meses, a aposentadoria. Remetia ao seu banco a lista das cidades onde estaria na época dos pagamentos, e o banco mandava para lá o dinheiro. Ela já tinha libras à sua espera em Kathmandu, e no mês seguinte iria recebê-las em Calcutá.
“Essa sua maleta não é para levar ferramentas de bicicleta?”, perguntei. “Claro”, respondeu. “É que o projeto original desta viagem era dar a volta ao mundo de bicicleta. Realmente saí de Londres pedalando minha bicicleta, e atravessei com ela toda a França e a Itália. Quando cheguei em Brindisi, a bicicleta quebrou. Mudei então os meus planos, joguei fora a bicicleta e continuei até aqui viajando de trem, de barco, ônibus, carona de caminhão, etc.”
“E por que você conserva a bomba de encher pneu se a bicicleta não existe mais?”, perguntei. “Oh, this is my gun” (Ah, esta é a minha arma), respondeu. “Se alguém mexer comigo de forma desrespeitosa, leva uma bombada no meio da cabeça. Mas realmente nunca houve necessidade disso.”
A seguir, ela me mostrou o conteúdo da maleta. Tinha apenas uma ou duas mudas de roupas leves, um par de sapatos, uma malha de lã e uns poucos objetos de higiene pessoal. Mostrou-me um saquinho de pano, não maior que um punho fechado, e comentou: “Este é o meu vestido de gala para ir a um teatro ou concerto”. Abriu o saquinho e de lá saiu um vestido longo, de jérsei, daqueles que não amassam.
Fiquei literalmente fascinado por Rose, e embora na época eu fosse pouco mais que um adolescente, em momento algum percebi entre nós a diferença de idade. Rose era uma criatura a tal ponto dotada de interesse e entusiasmo pela vida, tão cheia de brilho interior, que as rugas inevitáveis em seu rosto pareciam desaparecer como por encanto. Eu e os demais jovens do nosso pequeno grupo, formado ao acaso ao longo da viagem, simplesmente a incorporamos como uma das nossas.
Ela certamente era uma das nossas, uma drop-out como todos nós. Mas, por outro lado, Rose era dotada de uma natural sabedoria de vida cuja profundidade só hoje começo a avaliar em suas reais dimensões.
Uma ocasião perguntei-lhe pelos filhos e netos, se ela não tinha saudades, se não achava que devia conviver também um pouco com eles. “Primeiro devo conviver comigo mesma”, disse ela. “E depois, meus filhos e netos estão agora numa fase muito chata: imagine, acham que têm obrigação de se realizar, de se afirmar no mundo e diante da sociedade, ganhar dinheiro e juntar coisas, bobagens desse tipo. Enquanto estiverem fixados nesse nível tão estúpido de consciência, que relação real posso ter com eles? Sabe o que estou fazendo com todas essas minhas viagens e aventuras, com esse meu estilo de vida? Estou preparando a herança que vou deixar para eles. Porque a maior herança que um pai ou mãe podem dar a seus descendentes é o exemplo da própria libertação. Quero que eles entendam, com o meu exemplo prático, que a libertação das amarras sociais e culturais é uma possibilidade real. Não se trata de ficção literária, coisa de poetas ou visionários. A libertação pessoal é muito mais importante do que acumular propriedades, ações na bolsa ou dinheiro no banco”.
“E você, meu amigo brasileiro, o que está fazendo aqui?” Respondi com um daqueles discursos intelectualóides típicos dos jovens da minha geração. Disse, para resumir, que estava cansado e desiludido dos valores do capitalismo e do socialismo, que o mundo ocidental era burguês e decadente, e que fora à Índia para buscar alguma coisa, só que essa coisa eu ainda não sabia o que era.
Rose me fulminou, fitando-me com uma curiosa expressão que fundia ternura e comiseração: “Não busque nada, meu amigo. Não há nada a buscar. Não perca seu tempo e energia nessa atividade inteiramente destituída de sentido real. Tudo de que necessitamos já está aí, à nossa disposição, fornecido pelo Papai do Céu e pela Mamãe Natureza. Olhe para mim: você sabe o que eu sou? Sou uma flecha que avança cortando o ar. Não sei qual arco me disparou, nem para qual alvo me dirijo. E isso não faz a menor diferença. Porque quanto mais vivo mais me convenço da inexistência das origens e das finalidades. Por que essa mania de saber de onde as coisas vêm e para onde elas vão? Se não conseguimos reconhecer a natureza da flecha em si mesma, você acha que conhecer o arco e o alvo vai resolver? Viva a flecha em seu movimento, pois a flecha somos nós, e enquanto flechas não temos limites.” E completou, depois de um momento de reflexão. “Você sabe o que me disseram em Benares? Contaram que o Buda, quando vivo, dizia sempre que a vida não é uma pergunta a ser respondida; é um mistério a ser vivido. Concordo inteiramente. O mistério é uma força viva e atuante, e nós podemos lançar mão dessa força em nosso benefício. Mas, para isso, é preciso respeitar o mistério. O mistério termina quando é desvelado, e com ele termina a sua força.”
O mistério, para Rose, estava em toda parte e em todas as pessoas. Para ela cada mistério era como um prato requintado a ser saboreado com atenção e, sobretudo, com bom humor.
Certa noite, andando com Lamberto e Rose pelas ruas de Kathmandu, passamos diante de um templo hinduísta todo feito de madeira escura esculpida e alvenaria vermelha. Coisa fácil de achar na parte velha da capital nepalesa, pois ali os templos são tão numerosos quanto as casas. Do interior vinha uma música devocional tocada e cantada. Passamos por uma porta e atravessamos um longo corredor estreito que desembocava num salão retangular parcamente iluminado. Todo o centro do salão estava forrado de tapetes coloridos e sobre eles sentava-se uma dezena de músicos, entretidos com suas canções religiosas. Junto às quatro paredes do salão havia um banco de cimento, e era nele que as pessoas podiam sentar e participar do ritual. Tomamos nossos assentos, e estávamos mergulhando pouco a pouco na atmosfera mágica do lugar quando Rose, a meu lado, cutucou-me com o cotovelo: “Olhe, olhe para aquilo!” “Aquilo” era um casal de ingleses que, como nós, entraram no templo atraídos pela música. Nada haveria de extraordinário, não fosse o modo como estavam vestidos. Ela, de vestido longo prateado, com um chiquérrimo xale de seda; e ele com impecáveis calças de flanela cinza, blazer azul-marinho, sapatos de verniz preto, camisa branca e gravata de listras azuis e vermelhas. Pareciam prontos para um coquetel de embaixada, mas em Londres. Rose, fascinada, não conseguia tirar os olhos do casal, que sentou-se perto de onde estávamos. Minutos depois, novo personagem insólito atravessa lentamente o corredor e junta-se a nós: uma majestosa vaca grávida. À medida que passava, sua enorme barriga roçava o nariz dos espectadores, e todos recolhiam as pernas, com medo que ela lhes pisasse os pés. Vacas são sagradas no Nepal, como na Índia. Fazem o que querem, entram onde têm vontade, e ninguém ousa contradizê-las. Muito menos nós, estrangeiros respeitosos.
A vaca prosseguiu sua caminhada e de repente parou bem diante do casal de ingleses. Para espanto geral, voltou a cabeça e, a um palmo de distância, fitou longamente o rosto do inglês. Satisfeita com o exame, deu mais dois ou três passos, virou-se, pôs o traseiro bem em cima dos joelhos do homem e acintosamente despejou sobre eles uns bons litros de xixi quente e amarelo. O inglês suportou tudo com verdadeira fleuma britânica. Quando a vaca finalmente seguiu seu caminho e foi para os fundos do templo, ele se levantou e disse à mulher, “vamos, querida, é tempo de ir”. Seus passos ecoaram no corredor, com os sapatos fazendo choc-choc de tão encharcados.
Rose quase entrou em delírio com a cena do inglês e da vaca. Mordia a mão para segurar o riso e repetia para nós: “Que mistério, que mistério levou aquela vaca a fazer xixi exatamente sobre a única pessoa cuja roupa não era adequada a este ambiente?!” Mais que toda uma noite de excelente música devocional nepalesa, ela adorara aquele episódio cômico, adivinhando nele um encantamento que para mim, devo confessar, resultava difícil encontrar.
Rose gostava mesmo de viver situações especiais, e sua capacidade de adaptação a elas parecia não ter limites. Outra noite fui a um lugar da moda em Catmandu: uma casa de chá que servia lanches e doces convencionais durante o dia, e à noite, ao lado do cardápio comum, oferecia aos interessados iguarias temperadas com pó de haxixe, a maconha local. Por causa disso, o público noturno da casa parecia uma mistura de personagens saídos das mil e uma noites com precursores dos estranhos seres dos filmes da série Guerra nas Estrelas. Rose já estava lá quanto entrei, sentada numa mesa junto a duas gueixas. Eram na verdade dois travestis, um americano e outro cubano, ambos de grande estatura e completamente vestidos de gueixas japonesas, com quimono, maquilagem muito branca, e as grandes perucas negras atravessadas por cachos de flores e espetos de madeira laqueada. Os três conversavam animadamente e, surpreso, percebi que Rose adotara os trejeitos, o modo de falar afetado e inclusive a gíria típica dos gays de língua inglesa. Em poucas palavras, ela também se transformara num travesti e, como um camaleão, fundia-se totalmente àquela atmosfera peculiar.
Comentei tudo isso com ela durante o almoço no dia seguinte, manifestando minha admiração pela sua capacidade de se adaptar às diferentes situações. Mais uma vez, ela não perdeu a oportunidade de filosofar. “No mundo”, comentou, “quem não se adapta acaba por desaparecer. O importante é manter fixo o nosso ser interno. Mas a personalidade pode vestir qualquer roupagem que desejar. Eu me sinto inteiramente à vontade com pessoas de qualquer tipo, desde empregados domésticos até marajás. Com os domésticos, sou uma doméstica; com um marajá, sou uma marani, que é como se chamam as esposas desses senhores.”
A última lição de Rose foi dada durante nossa viagem de volta para a Índia. Ela decidiu seguir conosco de Raxaul até Patna, onde nos separaríamos — nós tomando o trem para Nova Délhi, a oeste, e Rose o trem para Calcutá, a leste.
Em Raxaul subimos todos no mesmo trem. Lamberto e eu com bilhetes de segunda classe; Rose, de terceira. Mas ela entrou conosco em nosso vagão. Ficou combinado que, quando aparecesse o controlador de bilhetes, ela se esconderia no banheiro até ele passar. Assim fizemos. Só que, passado o perigo, esquecemos Rose trancada no banheiro. Meia hora depois me lembrei dela, corri até lá, bati na porta e disse que podia voltar ao compartimento. Ela saiu, e eu entrei. Lá dentro, minhas narinas foram atravessadas por um odor tão pungente que mal consegui fazer minhas necessidades. Era o odor insuportável de um banheiro muito usado e nunca lavado. Saí de lá o mais rápido possível, e perguntei a Rose como ela suportara ficar trancada lá dentro por tanto tempo. “É mesmo? Lá dentro cheirava assim tão mal?”, surpreendeu-se ela. E arrematou: “Felizmente Deus foi tão generoso comigo que, ainda durante a guerra, privou-me de quase todo o sentido do olfato. Assim, desde então não mais sinto os maus odores do mundo.”
Poucas horas depois, na estação ferroviária de Patna, a última imagem. Nosso trem partia para Nova Délhi, e a figura pequena de Rose permanecia na plataforma. Na sua mão direita estava a maleta xadrez vermelha e preta, com a bomba de encher pneu de bicicleta pendurada embaixo. A mão esquerda, bem levantada, movia-se num aceno cada vez mais distante.
Era um adeus definitivo, e todos nós sabíamos disso. Mas não tinha nenhuma importância. Porque cada um de nós levava o outro em seu coração. Para mim, Rose já tinha deixado a sua preciosa herança: o exemplo da sua própria libertação.
Originally posted 2010-07-02 19:24:39.
Marta, então vamos acabar nos encontrando em alguma estradinha da vida. Você com sua maleta, eu com minha mochila… Sem lenço, nem documento. Um bom sonho, quer espero poder realizar. Abração.
Luis, quando eu li “Os Pés Alados de Mercúrio” fiquei fascinada com uma personagem. Ela, logo que se aposentou, fez o “Caminho de Santiago” a pé.
Recentemente fui para Índia e conheci Bangalore, Mysore e uma vila chamada Puttaparti. Foi uma experiencia maravilhosa, me senti VOLTANDO PARA CASA totalmente LIBERTA DAS AMARRAS SOCIAIS E CULTURAIS, como disse Rose.
Ontem, domingo, amanheceu um dia chuvoso em RP e bateu uma saudade da Índia, sentei no computador e já fiz o roteiro da minha próxima viagem: Nova Delhi, Jaipur, Agra, Varanasi e Kathmandu.
Foi muito bom ler a matéria até o final, HOJE. Reforçou na minha alma, que logo me aposento e vou seguir o exemplo da ROSE com uma pequena maleta trilhar por essas divinas cidades convivendo comigo mesma.
Obrigada. Marta Lúcia
Continue nos BRINDANDO COM SUAS EXPERIÊNCIAS DE VIAGEM.
Cleide, não à toa a filhota foi parar no Havaí, bater cabeça anos a fio no peji dos vulcões Pelé e Kilaweua! Com essa mamma aventureira que ela tem… Beijão, saudades.
Luis,
Você me fez recordar a viagem que fiz com minha filha ao Nepal em 1986. Lembrar tambem as peripécias para chegar a Pokhara: 218 quilômetros percorridos em 8 horas em um ônibus mambembe em meio a precipios nos contrafortes do Himalaia. Nada se compara a ir até Sarankot e de lá avistar os picos nevados do topo do mundo. Adorei o Fish Tail. Adorei o Nepal! obrigada por me fazer recordar.
Beijão
IN LUX Cleide
Ricardo, voce tem alma de poeta! Que um abraço meu atravesse o Atlântico e chegue até você, aí em Portugal.
Releio várias vezes este capítulo em “Os pés alados de Mercúrio”, para digerir pouco a pouco o autêntico ensinamento que Rose lhe deu e a todos os que o lêem. Cresci no contacto muito próximo dos meus avós e sempre encontro conforto junto das pessoas mais velhas. Ajudam a acalmar as turbulentas emoções que, sinto, todos vivemos enquanto somos novos. Nem toda a pessoa mais velha é ponderada e sábia (leia-se, amiga não-pretenciosa e conhecedora do animal humano), mas quando encontramos uma, sentimos a serenidade e apaziguamento de um porto de abrigo e o seu desaparecimento, para além de ser pior que o arder de uma grande biblioteca, é o desaparecer de um farol no imenso mar da vida. Para mim, é mais uma tragédia do mundo ocidental, a par do desaparecimento há muito, de um modo de vida mais simples, apreciando as dádivas que os nossos protectores nos dão a cada dia, sob a forma de uma borboleta que pousa ao nosso lado, o arco-iris no céu, da pessoa que nos sorri no momento difícil, o desprezo do papel dos velhos pelo menos aqui em Portugal. Obrigado por perpetuar o relato do contacto com uma grande alma, que não aconteceu por acaso, mas para, justamente, milhares de pessoas terem acesso aos seus ensinamentos.
Olá Tania! Há certamente inúmeras Roses pelo mundo a fora. E você é uma delas… Abs
Luis, DEUS foi mesmo generoso com Rose, pois não só a privou dos odores humanos, como também deu a ela sabedoria para viver esta vida maravilhosa. Pena que a viagem tenha sido curta, pois você, com sua sensibilidade, poderia ter nos contado muito mais sobre esta personagem que soube viver a vida como deve ser: a vida que lhe foi dada para viver na plenitude. Oxalá existam muitas mais ROSES em nossas vidas. Obrigada e beijos.
Luis… emocionante. A imagem que ela usa:
“Sou uma flecha que avança cortando o ar. Não sei qual arco me disparou, nem para qual alvo me dirijo.” é muito rica e nos ajuda a buscar, pelo menos um pouco, desta liberdade que nos faz tão bem. Viajei com você neste texto. Muito bom mesmo.
Valeu a pena ler até o final e ainda ficou um gostinho de quero mais.Que narrativa gostosa!!!!!!Dei umas boas risadas e também me emocionei com o grande ser humano chamado Rose , que nos deixa através de sua aventura em viver, muitos motivos para reflexão.
Agradeço o compartilhar desse momento mágico em sua vida aqui.Valeu demais.