Homework: como se organizar para trabalhar na quarentena

 

Trabalhar em casa é a oitava maravilha da existência? Pode ser, mas nem sempre. Para gerir os ritmos do trabalho é preciso ter muita força de vontade e disciplina rigorosa. Sobretudo, é preciso evitar procrastinar os empenhos assumidos. Passar ao largo do famoso “deixar para amanhã o que posso fazer hoje”.

Por: Luis Pellegrini

Conheço bem a questão, pois há anos trabalho em casa. Sei perfeitamente que, onde moro, cada cantinho esconde uma distração: a televisão, os livros, minha poltrona bergère com sua infalível manta de lã fina… Sem falar na cozinha (para quem gosta de cozinhar, como é o meu caso), os telefones para os papos intermináveis com os amigos desocupados, a porta do armário que precisa ser consertada, etc., etc. E os devaneios – desses é melhor não falar tamanho é o seu poder de distração.

Para resumir: trabalhar em casa – que agora, nestes tempos de quarentena viral, tornou-se quase uma regra – não é brincadeira não. No final das contas, se não organizarmos muito bem a nossa jornada, corremos o risco de produzir pouco ou nada. Aqui estão três conselhos de especialistas no homework, que podem ser muito úteis a quem, por causa da Covid está se iniciando nesta prática. E que aprendam bem como trabalhar em casa: isso será moeda corrente no futuro próximo.

Programar a jornada

Palavra chave: programação. A jornada de um homeworker precisa ter uma rotina: proibido comer fora de hora, fazer pausas por qualquer motivo irrelevante ou começar a trabalhar um dia às 9 horas da manhã, no dia seguinte às 11 horas. Se você não consegue de modo algum respeitar horários fixos, selecione pelo menos tarefas que deverão ser completadas até o final do dia ou da semana. E cumpra o que foi combinado. É importante também levar em conta que trabalhar em casa não significa estar disponível 24 horas por dia para as questões de trabalho. Quando se encerra a jornada deve-se fechar a janela dos e-mails e avisar os colegas e amigos que aquele dia está encerrado.

Meninos, estou trabalhando. Sobretudo nestes dias nos quais as crianças não vão para a escola, concentrar-se no trabalho pode ser ainda mais difícil. Por isso, é fundamental estabelecer espaços e horários de trabalho. “Se a porta está fechada, ninguém entra”, esta é a regra de ouro. É importante tratar as horas de trabalho como se você estivesse no escritório. Ne verdade, esta é uma excelente oportunidade para ensinar às crianças que se o papai ou a mamãe estão trabalhando, pouco importa se o fazem em casa ou no escritório: quem trabalha não deve ser perturbado.

Pausa e movimento. É importantíssimo entender que o ritmo de trabalho deve ser como o ritmo do coração: uma sístole seguida por uma diástole, seguida por uma nova sístole. Ou seja, após uma ou duas horas de concentração intensa no trabalho, deve-se fazer uma pausa. É a hora de tomar um suco com a família, um café, e até de fazer uma pausa um tanto mais longa para algum exercício de ginástica. Os especialistas em homework explicam que, sobretudo quando se começa a praticar essa modalidade de trabalho, nada pior do que passar o dia todo em frente ao computador. Isso é exaustivo e contraproducente. É importante pausar, fazer um pouco de relax, meditação, ginástica. Esta última atividade é importantíssima sobretudo de manhã, e no final da tarde, para relaxar a mente e o corpo e fazer um pouco de movimento.

Prazeres do ócio

É claro que tais conselhos se destinam sobretudo às pessoas que precisam trabalhar para sobreviver, até mesmo nestes tempos difíceis de confinamento domiciliar. Os privilegiados que não precisam, podem desfrutar um pouco mais dos prazeres do ócio (mas até para eles, se não quiserem virar gelatina, convém se movimentar e não sucumbir à sedução da preguiça). Lembrando sempre que a virtude está no meio, e que não devemos estar completamente condicionados aos valores da nossa civilização da produtividade e do consumismo insustentáveis, para a qual quanto mais a pessoa produza e consuma, mais ela tem valor…

Originally posted 2020-04-07 19:57:06.

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