E por que os homens não poderiam andar nas ruas de mãos dadas? Essa era a pergunta que faziam milhares de pessoas que manifestaram, mão na mão, em Amsterdam, Holanda, no último fim de semana, em solidariedade a dois homens gays que, por fazê-lo, foram duramente agredidos na cidade de Arnheim, no leste do país.
Por: Luis Pellegrini
A marcha pacífica foi parte de uma jornada nacional de rejeição ao preconceito e repúdio às agressões sofridas por um casal de homens – que inclusive são legalmente casados. Jasper Vernes-Sewratan e Ronnie Sewratan-Vernes disseram à polícia que o confronto começou porque eles caminhavam de mãos dadas.
Cinco suspeitos, todos adolescentes, foram detidos e serão processados por agressão física. A manifestante Marion van Hees disse que faz campanha em prol dos direitos gays desde 1960. “Pensei que esse tipo de coisa tivesse terminado, que nós tivéssemos vencido a batalha em nosso país. Mas vemos que isso ainda não é o caso, o que é muito triste. De maneira que estamos voltando todos para as barricadas, agora acompanhados da maioria da população”.
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Vários políticos holandeses se juntaram aos manifestantes, inclusive Alexander Pechtold, líder do Partido Democrats D66, e seu porta-voz financeiro Wouter Koolmees. Ambos chegaram de mãos dadas ao Parlamento na segunda feira para participar do importante evento coalition talks, na capital Haia.
O primeiro ministro holandês, Mark Rutte, condenou o ataque. “O que aconteceu é terrível. Horrível”. E acrescentou que o combate à homofobia seria uma “top prioririty” para este novo governo.
A ação, no início, foi patrocinada pela jornalista Barbara Barend, que lançou através das mídias sociais um apelo para que todos os homens, gays ou não-gays, caminhassem pelas ruas de mãos dadas.