As raízes das plantas percebem os sons provenientes das fontes hídricas e escolhem aquela direção para se nutrir, crescer e se desenvolver. Sabem inclusive distinguir entre um borbulhar verdadeiro e o de uma gravação. É mais uma prova de que as plantas são seres sensíveis e inteligentes.
Por: Luis Pellegrini
Você não me engana
Um grupo de biólogos da Universidade da Austrália Ocidental liderado pela botânica Monica Gagliano colocou à prova o “ouvido musical” de algumas plantas de ervilha ((Pisum sativum), com suas raízes separadas por vários pequenos tubos. O experimentou demonstrou que as raízes sabiam distinguir o som produzido pela água que escorria em uma pia, e logo se dirigiram em direção a ela. A gravação desse mesmo ruído, emitido de um outro ponto do laboratório, não atraiu nenhuma raiz.
Isso não foi tudo: Quando, numa segunda fase do experimento, as raízes puderam “ouvir” o ruído de água escorrendo no solo e aquele proveniente do fluxo na pia, imediatamente se voltaram todas na direção daquele primeiro ruído. Demonstraram assim preferir, entre as várias fontes hídricas, aquelas que se encontram presentes no seu próprio habitat natural.
Bússola natural
Segundo os autores do estudo, as plantas se aproveitam das vibrações sonoras para tomar decisões comportamentais. Inicialmente, as raízes se orientam com base na proveniência do som da água. Num segundo momento, encontram o ponto preciso onde podem “beber”analisando a umidade do solo.
O experimento explicou um fenômeno que até agora permanecia um mistério para os botânicos: a razão pela qual muitas vezes as raízes se movem na direção de canos condutores de água até mesmo quando eles são sigilados e não deixam escapar nenhuma umidade. Ao mesmo tempo, o experimento esclareceu por que as plantas podem sofrer com a poluição acústica: ela pode tornar mais difícil a localização de nutrientes através das vibrações sonoras.
Mais info: http://www.news.uwa.edu.au/201704119544/research/study-reveals-plants-listen-find-sources-water
Video: Dra. Monica Gagliano explica a descoberta