Um estudo projeta a situação do planeta no século 23 em termos climatológicos. Ela não é cor de rosa. Está mais para os vermelhos do CO2 e dos outros gases de efeito estufa
Por: Equipe Oásis
O estado da atmosfera terrestre e da temperatura do planeta são governados por dois grandes fatores: a energia proveniente do Sol e o percentual de anidride carbônica e de outros gases na composição da atmosfera. O primeiro foi lentamente aumentando ao longo da história da terra, e o percentual dos gases, diferentemente, aumentou e diminuiu várias vezes no tempo, segundo os acontecimentos geológicos e biológicos ocorridos no planeta.
Uma variabilidade “natural”, a da concentração dos gases de efeito estufa, que vigorou pelo menos até há algumas décadas, foi repentinamente substituída por uma outra variabilidade, a artificial, promovida pelas atividades humanas após a Revolução Industrial (ao redor do início do século 19) e a queima de combustíveis fósseis. Tudo isso levou a um rápido aumento da concentração de gás carbônico na atmosfera, fazendo subir a temperatura média do planeta de um modo que não acontecia há muitos séculos, talvez milênios. Que acontecerá no futuro não assim tão distante, no século 23?
Equilíbrio térmico
Os três climatologistas partem de muito longe, afirmando que a temperatura histórica média do planeta (de cerca 14 graus C) foi – até algumas décadas atrás – de cerca 31 graus C maior daquela que seria se, para se aquecer, pudesse contar apenas com o Sol. Na ausência de atmosfera ( ou seja, de gases de efeito serra, particularmente o CO2, que “aprisionam” o calor refletido pelo planeta), a temperatura deste nosso planeta rochoso seria de 17 graus C negativos. Significa que a vida na Terra só pode se afirmar graças a um efeito serra natural.
Embora tenham ocorrido oscilações bastante amplas, a temperatura se manteve ideal para as espécies existentes, apesar de dois fenômenos contrapostos:
Primeiro: O Sol, nos últimos 420 milhões de anos, aumentou progressivamente a potência da sua radiação sobre o planeta de cerca 9 watt por metro quadrado.até chegar aos atuais 1.361 watt por metro quadrado (em média);
Segundo: o anidrido carbônico na atmosfera diminuiu, devido a fenômenos geológicos e biológicos.
Passado distante
A análise dos climatologistas levou e consideração milhares de estimativas do CO2 na atmosfera, que descrevem 420 milhões de anos de história do planeta. Os resultados indicam que no início do período Devoniano, quando o Sol era relativamente mais “fraco” do que hoje, a concentração de anidrido carbônico era elevadíssima: cerca 2.000 partes por milhão.
No ano 2250, o anidrido carbônico atmosférico voltará a níveis similares aos de 420 milhões de anos atrás, ou seja cerca de 2.000 partes por milhão. Unida a uma maior atividade solar, a temperatura terrestre poderá atingir níveis incompatíveis com a vida como a conhecemos hoje.